Galeria Marco Zero recebe a primeira exposição de Hildebrando de Castro em Pernambuco

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A Galeria Marco Zero, situada no bairro de Boa Viagem, abre nesta quinta-feira (22) a exposição Relevos e Pinturas, primeira individual do artista visual Hildebrando de Castro em Pernambuco. A mostra reúne 15 obras inéditas que resgatam a ligação do artista com sua terra natal por meio de referências históricas de Recife e Olinda.

Natural de Olinda, o artista Hildebrando de Castro iniciou sua carreira de forma autodidata no Rio de Janeiro e hoje vive em São Paulo. Apesar da distância, sua relação com a cidade natal segue como forte referência em sua produção. Para a exposição atual, ele dedicou cerca de um ano a pesquisas e criação de obras inspiradas na arquitetura de Luiz Nunes e Acácio Gil Borsoi, nomes centrais da arquitetura pernambucana, autores de projetos emblemáticos como a Caixa D’Água de Olinda e o Edifício Santo Antônio, no Recife.

“Meu trabalho é muito meticuloso e exige uma pesquisa e um tempo dilatados. Era um sonho antigo produzir a partir das obras desses dois arquitetos que tanto admiro e, para isso, além de estudar vários materiais, também visitei as edificações e pude me impressionar com a complexidade dos projetos. A Caixa D’água de Olinda, por exemplo, que desde criança me intrigava por ser um prédio super moderno em meio ao Barroco da cidade, é um absurdo de linda. O cobogó, como estética, me interessa muito. O edifício Santo Antônio, de Borsoi, com os cobogós em concreto, sempre me fascinou. Um dia, Roberta Borsoi, uma de suas filhas, me concedeu os croquis desse projeto e, a partir dele, fiz umas 7 obras. Essa exposição é, afinal, não só uma homenagem a esses dois grandes arquitetos, mas também ao Recife e à Olinda”, conta o artista.

A curadoria da mostra é assinada por Denise Mattar, que destaca a proximidade da obra de Hildebrando com os princípios da arte cinética, ao propor uma nova forma de interação com o espectador. “Independentemente das técnicas ou temáticas, pode-se dizer que, ao longo dos anos, o trabalho de Hildebrando de Castro sempre se debruça sobre o contraste entre luz e sombra – mesmo que metaforicamente. Sua obra se equilibra na fronteira entre a beleza e o ridículo, entre o permitido e o proibido, entre a inocência e a perversidade, entre o real e a ilusão”, acrescenta.

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